tag:blogger.com,1999:blog-1515394592257732586.post8565533921553111834..comments2023-09-16T06:05:54.815-03:00Comments on T H A N A T O S: Até que a Morte Nos Una: Francesa se casa com Namorado Morto (Erasmo Ruiz)Thanatoshttp://www.blogger.com/profile/10633965506898416398noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-1515394592257732586.post-16705221200739943442009-11-25T21:08:45.126-03:002009-11-25T21:08:45.126-03:00Prezados Erasmo e Ayala
Afora as questões jurídica...Prezados Erasmo e Ayala<br />Afora as questões jurídicas e sócio-políticas que envolvem o caso, acho que a noiva tem que viver o seu momento. Ontem, em resposta ao Luiz Cesar, escrevi este texto sobre eternidade, lembrando-me de que nos casamentos (e também nas fábulas) o padre finaliza: e que sejam felizes para sempre (ou viveram felizes para sempre). Abraços saudosos. <br /> ETERNIDADE<br /><br /> Nunca me iludi com essas questões sobre eternidade... somos finitude e concretude. Nossa história existencial começa quando apreendemos a racionalidade, ou seja, a capacidade de pensar o mundo e a nós mesmos; continua no processo da ação vivencial e termina no desvelar do ser, ou melhor dizendo, do sentido do ser... a morte e, a partir daí, o NADA. ¨Khayyam, não te aflijas por seres um grande pecador! É inútil a tua tristeza. Depois da morte virá o NADA ou a misericórdia¨ (Omar Kháyyam).<br /> Isso é niilismo? Claro que não, afinal, é justamente na angústia da consciência de todo este ciclo existencial, que faz com que preenchamos o vazio das nossas existências, seja na arte, no trabalho, no prazer, no sofrimento, no amor, no mêdo ou na felicidade. <br /> Em suma, há que se viver intensamente o momento existencial, com suas contradições, interrogações, provocações, certezas, sonhos e mistérios. Observem o recurso de linguagem que utilizo para enfatizar o que digo, com diversas palavras que expressam diferentes sentimentos. Assim o faço para representar, de forma mais aproximada , o que é nossa existência, aliás, nosso MOMENTO existencial, que não carrega o passado, que é projeção e não se atrela ao futuro, que é antecipação.<br /> Talvez assim possamos superar a ANGÚSTIA da nossa condição de ¨SER PARA A MORTE¨. Mas tem que ser um processo cíclico, pois só na angústia nos tornamos autênticos, sendo esta, portanto, necessária. Novamente Khayyam: ¨Os dias passam rápidos como as águas do rio ou o vento do deserto. Dois há, em particular, que me são indiferentes: o que passou ontem, o que virá amanhã¨. <br /> Quanto à questão genética, compreendo-a análogamente como as teorias espíritas da reencarnação, só que do ponto de vista físico ou fisiológico. Com o tempo, a fragmentação do ser em inúmeros outros seres descaracteriza a sua identidade, que antes representava sua alma e que, na pequenez da nossa memória, também desaparece, como um ente perdido na linha incognoscível do espaço e tempo. <br /> Entretanto, na obra de arte, a representação ôntica permanecerá infinitamente além da sua representação ontológica.<br /> Já na questão religiosa... bem, esta eu prefiro me calar. E tome Khayyam: ¨Que vale mais? Fazer exame de consciência sentado na taverna ou prosternado na mesquita? Não me interessa saber se tenho um senhor e o destino que me reserva¨. <br />Marco Antônio Abreu FlorentinoMarco Antônio Abreu Florentinohttps://www.blogger.com/profile/09972384439321331553noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1515394592257732586.post-87369814899209823002009-11-24T21:30:25.098-03:002009-11-24T21:30:25.098-03:00Olá, Erasmo
Vou aceitar a provocação...
Um dos liv...Olá, Erasmo<br />Vou aceitar a provocação...<br />Um dos livros mais lúdicos da Bíblia, o Cântico dos Cânticos, fala que o amor é mais forte do que a morte. O que pode significar que a experiência de manter um "casamento" com a memória do falecido não é uma novidade da cultura francesa. Aliás, a encontramos tanto em sua forma mais aceita quanto na mais exagerada, que chamamos atualmente de complicada... O que há de novidade no episódio francês, já estudado por Foucault é o desejo do Estado de controlar o como essa realação afetiva, de amor, com o falecido pode ser vivida. Ele normatiza e autoriza ou desautoriza o que pode ser socialmente aceito em matéria de amor.<br />Outro fator a ser considerado nesse mesmo Estado é que ele tem certa vocação para reconhecer a memória do morto desde algum tempo, como bem mostra a tradição dos testamentos. O próprio conceito de pessoal formal (a pessoa do falecido) é uma herança francesa. Assim, reconhecer o falecido como uma pessoa portadora de direitos e de relações jurídicas e sociais com os vivos, não é uma novidade na França (talvez por isso o espiritismo seja francês). O que a França fez, e ainda faz, é interditar o direito do moribundo - e nesse sentido, há certo atraso jurídico. Naquele país se recusa o direito de morrer e se atribui mais direitos ao que já morreu do que àquele que estar a morrer, como podemos observar em um famoso episódio: o de Vicent Humbert.<br />Com base nisso, repito o maior inimigo da regulação dos feitos do amor na frança, o Marquês de Sade, quando disse: "Recuse o que quer controlar o Estado, o amor não precisa dessas regras".Ayala Gurgelhttps://www.blogger.com/profile/02122672425123000735noreply@blogger.com