100 postagens: comemorar trabalhando

Chegamos à postagem 100. Temos motivos de sobra para comemorar: mantemos regularidade nas postagens, apesar das adversidades do cotidiano; estamos ampliando a rede de instituições científicas de estudo e pesquisa em Tanatologia; provocamos o debate acerca da qualidade de assistência à terminalidade; ocupamos espaço fundamental nesse debate; mais de 9.000 acessos em menos de cinco meses, com média de 1.500 por mês e 50 por dia... no entanto, o maior motivo é dado pelo que se tem ainda a fazer em cada canto desse país. Assim, vai se constituindo uma corrente em prol da humanização da assistência aos moribundos na qual cada agente envolvido toma a responsabilidade ética de pensar o processo pelo qual a morte se tornou interdita e o que pode ser feito para revertê-lo. Não é mais aceitável que em nome da negação neurótica da morte e do morrer inadivertidamente estejamos colocando nossos entes queridos e nós mesmos em risco de morrer sem autonomia e com possibilidades significativas de dor e sofrimento ampliados. O conhecimento de que dispomos hoje para o controle da dor física e psíquica não justifica mais essa barbárie. O bom disso tudo é que as ações concretas existem nos mais diversos lugares, entre os mais diversos grupos, praticada pelos mais diferentes agentes. Juntos somos fortes. A hegemonia da morte interdita está com os dias contados! No lugar do abandono e frieza das UTIs, a companhia de quem amamos! Frente a ausência de autonomia, a possibilidade de afirmação da vida e da vontade até o fim! Diante do medo da dor total, a possibilidade clara de ser conduzido frente a finitude com o máximo de conforto possível! Queremos destacar, nessa luta, em primeiro lugar, cada profissional, cada familiar, cada pessoa, cada organização social que faz isso acontecer, em seu cotidiano, sem nenhum destaque de mídia, longe dos holofotes e bem próximo da humanidade de cada paciente, essa relação face-a-face onde se pode ver o âmago de quem somos: seres irmanados na vida e na finitude! Também queremos dar destaque ao movimento que recebe reforços do CFM, agora oficializando o Forum sobre Terminalidade, sob o nome de cuidados paliativos. Uma atitude ética em defesa da morte digna tão necessária em nosso meio. É fundamental que todas as profissões da área de saúde, como também outras instâncias da sociedade civil, cerrem fileiras. Há que se mudar uma cultura negadora da morte que coloca mais dias à vida mas retira a vida dos dias! Comemoremos! Comemoremos, sobretudo, agindo em nosso cotidiano em defesa dessa dignidade... nós que somos, todos nós, moribundos! A THANATOS - Sociedade Científica de Estudos e Pesquisa em Tanatologia da por

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