Mercantilização da Morte: Eros e Thanatos à Venda (Ayala Gurgel)


Já sabemos que a morte (ou pelo menos, os rituais e simbólos tanáticos) virou uma mercadoria capitalista como outra qualquer. Autores como Geoffrey Gorer, Jean Baudrilard, Jessica Mitford, Ayala Gurgel, Erasmo Ruiz, João José Reis, Josué de Castro, Ivan Illich entre outros já publicaram sobre isso. A novidade, da nossa época é que podemos ter produtos fúnebres em casa, mais próximos e menos agressivos (mais esteticamente trabalhados).
E, nada melhor para nos lembrar de um produto capitalista que precisa ser consumido do que os calendários. Eles anunciam de tudo: carros, pratos, casas, mulheres, crianças, animais, e, porque não, a morte.
Os antigos maias tinham em seus calendários a figura da morte (geralmente à sombra do sol). Ela conta o passar dos tempos, como o próprio tempo. Isso talvez para nos lembrar que não é o tempo que passa, somos nós que passamos.

Uma funerária italiana vem inovando nesse ramo já a alguns anos. O calendário de 2010 já está pronto e custa 9,30 euros. Ele, seguindo a lógica dos anteriores, reúne Eros e Thanatos em uma mesma mercadoria.
O calendário mostra a cada mês uma mulher ao redor de um modelo de caixão, que pode ser encomendado na loja da Cofanifunebri, em Roma.

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