
Confesso que a primeira impressão dessas fotos foi muito negativa. Digamos que a maioria das pessoas interessadas por Tanatologia acaba meio que desenvolvendo uma certa estética pelo mórbido. Eu assumo este traço. Tenho interesse em pensar como a pessoas representam a morte e, neste sentido, a iconografia tanática pode oferecer objetos de estudo muito interessantes. As fronteiras entre o interesse racional e o afeto, já nos ensinava Max Weber, são muito tênues e interpenetrantes Mas, claro! Existem certos limites para mim. Por exemplo, tenho dficuldades em lidar com a idéia de que cadáveres possam ser objetos literais da arte. Mas isso existe e pode ser mais comum do que imaginaríamos (tratarei disso em outro post). A primeira vez que vi o trabalho da Fotógrafa Daniela Edburg fiquei ngativamente surpreendido. Afinal, como captar alguma forma de beleza a partir do suicídio? Ai reside o poder constestador das imagens de Daniela. Poderia haver algum glamour na morte? A princípio essa idéia não parece despropositada, afinal, somos expostos a ela praticamente todos os dias. Falo da estética da morte no cinema onde muitas vezes é mostrada como gesto heroico ou recurso que pune exemplarmente o vilão. Não é dessa morte que nos fala Daniela mas sim de belas mulheres que cometem suicídio. A partir de situaões dramatizadas (não são fotos reais mas situações teatralizadas), ela quer captar exatamente isso: a beleza esteticamente agradável associada a situações absolutamente grotescas. Mas não só isso. Vamos refletir um pouo sobre as imagens. Numa delas vemos uma bela mulher morta com olhos abertos e sangue escorrendo pela boca , a sua volta vários pedaços de chocolate.



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