Vamos continuando a explorar esse filão complexo da inter-relação entre arte e morte. Sempre presente desde as cavernas de Altamira, essa relação ganha novos aspectos antes não previstos. Se na pintura e na literatura essa associação fazia parte no passado de uma "ars moriendi", hoje, dado o afastamento coletivo do reflexão existencial sobre a morte, tende a aparece como algo bizarro e, como tudo que é reprimido (em parte semelhante a sexualidade), acaba por chamar a atenção. E falando da associação entre sexo e morte, parece que o anatomista Gunter Von Hagens demonstrou que essa possibilidade existe num plano até então não pensado. Inventor de uma revolucionária técncia de preservação de cadáveres, ele tem rodado o mundo apresentando uma exposição um tanto exótica por mostrar cadáveres que se "comportam" como se estivessem vivos. A notícia abaixo fala um pouco sobre isso e, principalmente, da polêmica de se colocar dois cadáveres fazendo sexo. Seria uma forma nada sutil de negação da morte? Ou artimanhas do inconsciente colocando Eros e Thanatos mais próximos do que a maioria deseja? No final, disponibilizamos links para que você possa fazer sua visita virtual e tirar suas conclusões. E ai, quem gostaria de ser um participante "ativo" dessa exposição?
Exposição com cadáveres gera polêmica na Alemanha
Gunther von Hagens |
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O projeto "Body Worlds" (mundos dos corpos), do anatomista alemão Gunther von Hagens, que vinha provocando polêmica em vários países por causa do uso de cadáveres na concepção de obras de arte, abre nesta quinta-feira uma exposição em Berlim que reproduz uma cena de sexo. "Nossa exposição se chama O Ciclo da Vida, e nela mostramos tudo, desde a concepção até a morte", justifica Von Hagens. "Morte e sexo são temas tabus. Eu coloco os dois juntos. A morte faz parte da vida, e sem sexo a vida não existe."
Segundo ele, as pessoas cujos cadáveres foram utilizados na obra jamais se conheceram quando vivas, tendo sido unidas uma à outra postumamente. No processo de conservação desenvolvido por Von Hagens, conhecido como "plastinação", os cadáveres são tratados com cerca de 200 quilos de silicone, durante um complicado procedimento que levou mais de quatro mil horas para ser concluído.
Gunther von Hagens garante que os doadores permitiram por escrito que seus corpos fossem expostos simulando um ato sexual. O homem teria morrido aos 51 anos de câncer pulmonar, e a mulher, aos 58 anos."Nos formulários de doação, dois terços dos homens e um terço das mulheres se concordaram que seus corpos fossem usados para representação de um ato sexual."
Gunther von Hagens |
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