Pesquisa sobre o significado moral da eutanásia na visão do profissional, do moribundo e dos familiares

ESTUDO DE CASO SOBRE OS SIGNIFICADOS DA EUTANÁSIA PARA OS AGENTES ENVOLVIDOS NO PROCESSO DO DIREITO DE MORRER é o título de pesquisa desenvolvida pela Liga Acadêmica de Tanatologia da UFMA. Coordenada pela professor Ayala Gurgel, a pesquisa ainda conta com a participação da doutora Elba MOchel e da graduanda Rayna Bianca Serra. Esse é o resumo: (INTRODUÇÃO): Explanação fenomenológica a partir de um documentário sobre os significados morais da eutanásia para os agentes (profissionais, familiares e moribundos) envolvidos no processo do direito de morrer. (OBJETIVOS): Pretende-se explanar as questões morais subjetivas que estão envolvidas com a prática da eutanásia e do suicídio assistido nos países onde isso é legalizado a partir de um estudo de caso. (MÉTODOS): Aplicou-se o método fenomenológico para investigar a compreensão do significado das questões morais vivenciadas pelos envolvidos (familiares, profissionais de saúde e moribundos) no processo terapêutico conhecidos como eutanásia e suicídio assistido. Optou-se pela técnica de estudo de caso, selecionando uma história real documentada pela BBC. (RESULTADOS): Encontrou-se diversos conceitos para os termos eutanásia e suicídio assistido, alguns contraditórios e outros em desuso, exigindo sua delimitação conceitual. Optou-se pela abordagem que considera eutanásia e suicídio assistido como termos correlatos à ação praticada por profissional de saúde com o intuito de aliviar a dor e o sofrimento por meio da abreviação da vida. No primeiro caso, por sua atuação direta; no outro, por meio do seu auxílio indireto. Em termos de construção de significado moral, observou-se que o profissional age motivado pela noção de cumprimento do dever fundamentado na solidariedade e na autonomia do moribundo, noção essa reforçada pelos familiares. Já o moribundo, tem como regra moral a de viver sua vida só até o limite da suportabilidade, para si e para seus entes queridos. Percebe-se que tanto para o moribundo quanto para seus familiares a noção de limite do sofrimento é bastante cultuada, cuja fronteira, quando ultrapassada, não resolveria nenhum problema e aumentaria muito o sofrimento. O processo de luto antecipatório pode ser uma variável que torna essa noção mais aceitável. (CONCLUSÃO): Os significados morais dos agentes envolvidos com o direito de morrer são diferenciados segundo suas particularidades, mas, possuem alguns aspectos em comum: o respeito à autonomia do moribundo, o caráter profissional da ação, o conforto da dor e o alívio dos sintomas, não antecipar a morte enquanto viver não for insuportável. Nesse sentido, pode-se dizer que o principal valor moral do direito de morrer é a manutenção da dignidade humana do moribundo.

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