Pesquisa revela o modus operandi de os profissionais anunciarem más notícias

Esse é o resumo de pesquisa desenvolvida em São Luís, MA, pela Liga Acadêmica de Tanatologia e o Grupo de Estudos em Bioética e Tanatologia sobre os paradigmas comportamentais do anúncio da má notícia. A pesquisa vem sendo desenvolvida por Elba Mochel, Viviane Santos, Ayala Gurgel, Marinese Santos, Anna Mochel, Ericka Perdigão, Marina Cavalcanti, Elza Lima e Rosana Martins. INVESTIGAÇÃO FENOMENOLÓGICA SOBRE O ACOLHIMENTO DA MÁ NOTÍCIA EM UMA UNIDADE HOSPITALAR DE SÃO LUÍS EM 2008 (INTRODUÇÃO): Investigação acerca da existência de procedimentos operacionais padrão específicos para o anúncio de más notícias presentes em uma unidade hospitalar de alta complexidade em São Luís. (OBJETIVOS): Pretende-se investigar se há normas protocolares para o anúncio de más notícias, e, em havendo, apresentar quais são e como estão estruturados. (MÉTODOS): Em uma abordagem qualitativa, aplicou-se o método fenomenológico para investigar tais procedimentos, suas ocorrências e estruturas protocolares como formas de acolhimento institucional à má notícia. Isso envolveu a observação empírica do fenômeno no seu aparecimento espontâneo, procurando evidências de que tais normas existiam na prática, e não apenas em documentos. Após essa manifestação, os documentos foram identificados, coletados e submetidos à análise fenomenológica: sentido, significado e expressividade pública. É importante ressaltar que a pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, sob o n.613/2008. (RESULTADOS): Identificou-se que nas unidades de terapia intensiva neonatal e pediátrica a sensibilização entre os profissionais acerca dessa questão é bastante explícita, especialmente no tocante à existência de atos locucionários sobre o assunto (palestras, conversações e treinamentos) e de normas protocolares. Na primeira unidade observou-se a existência de uma Instrução Normativa intitulada Normas de Conduta Profissional no Anúncio da Má Notícia, ao passo que na outra, a exposição do Protocolo P.A.C.I.E.N.T.E no quadro de avisos, como sugestão para conduta profissional. Percebeu-se, ainda, que há níveis de influência ambiental diferenciada dos protocolos clássicos sobre má notícia: a primeira mais estruturada, a outra, mais espontânea. No entanto, em ambos os casos, toma-se cuidado com a postura do profissional responsável pelo anúncio, a veracidade da informação, os direitos do usuário e o acolhimento emocional e terapêutico. Apenas na primeira unidade há estrutura física adequada para esse anúncio, o que talvez repercuta na agilidade de sua implementação. (CONCLUSÃO): Conclui-se que há sensibilidade profissional e medidas concretas para a implementação de normas protocolares inspiradas nos protocolos clássicos (SPIKES, BUCKMAN e PACIENTE) para o anúncio e acolhimento de más notícias, embora sua expressividade, do ponto de vista do todo institucional, é pouca e ainda bastante associada ao perfil de liderança do serviço. Palavras chave: Comunicação; Acolhimento; Informação; Protocolo.

Nenhum comentário: