Luto entre animais não humanos (Ayala Gurgel)

Pode ser mera interpretação, mas a sequência de fotos está associada a registros de luto entre animais não humanos, uma evidência que muitos especistas tentam negar. A andorinha que estava em uma condição de voo desfavorável foi colhida por um carro. Agora ela se encontra ferida, no chão, sem possibilidades de voar e, provavelmente, sentindo dores: A sua companheira percebe a sua condição e se aproxima com alimento, o que entre os animais é um gesto universal daquilo que, nós humanos, chamamos de afeto: Tendo repetido algumas vezes esse mesmo gesto, ela se deparou com uma andorinha que não respondia mais aos seus estímulos. Em linguagem humana, digamos que ela ficou em estado de choque, o que fê-la produzir esforços físicos tentando mover a companheira moribunda: Ela parece não aceitar a perda da companheira, especialmente da forma trágica como ocorreu: A percepção da morte da companheira, contrariando toda tradição especista, provoca dores e ela "chora tristemente" a sua perda: Finalmente, consciente de que ela não retornaria jamais, permaneceu ao lado de seu corpo com tristeza, vivenciando o seu luto: As fotos são indicativos de que o especismo está errado. Os animais não humanos têm percepção da morte e emitem comportamentos de luto, tal como os humanos. Em alguns casos, esse luto é bastante complicado, mostrando comportamentos de fuga e esquiva bastante difícil de ser reprogramado. Acredito, portanto, que entender as formas de luto entre animais pode nos ajudar a compreender nossos próprios processos, sem precisar a recorrer aos recursos mágicos...

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