Educação para a Morte na Enfermagem. Isso existe? (Mariana Farias)

Análise do direcionamento dado por docentes dos períodos iniciais do curso de Enfermagem de uma universidade pública às questões tanatológicas assim como suas convicções pessoais quanto à mesma temática mostraram evidências de afastamento acadêmico com a questão da morte. A pesquisa foi uma abordagem qualitativa envolvendo técnicas de entrevistas com questões semi-estruturadas que avaliaram a relação dos docentes dos três primeiros períodos do curso de Enfermagem. Os resultados foram submetidos à construção de categorias quanto ao sentido e significado. A entrevista contempla as seguintes perguntas: 1) Quanto tempo você tem de formado? 2) Há quanto tempo participa do processo de formação dos alunos do Curso de Enfermagem? 3) Durante sua formação acadêmica, você ouviu algum dos seus professores falarem em sala de aula sobre a morte? Se sim, o que você ouviu? 4) Você participou de algum evento que teve como tema a questão da morte? Se sim, qual? 5) Você costuma falar desses assuntos em sala de aula? Por quê? 6) Você leu ou está lendo alguma literatura sobre o assunto? Se sim, qual? 7) Você fala tranqüilamente sobre a morte ou esse tema lhe incomoda? 8) Em quem você se espelha para lidar com essas questões? Por quê? 9) Você se considera um modelo para os alunos, no tocante a essa questão? Sem entrar em detalhes nas respostas, verificou-se uma postura de distanciamento dos docentes quanto às questões tanatológicas com relação às abordagens dentro de sala de aula assim como seu interesse pessoal, não participação em eventos e escassas leituras sobre o tema. Apesar de apresentarem tal temática em sua formação, sendo esta de caráter já maduro, e falarem tranquilamente no assunto, em sua atuação não se verifica um perfil que privilegie tal temática, pois quando sua abordagem ocorre existem motivos com focos diversos e sem objetivo concreto. A média de tempo em que exercem a função evidencia a perpetuação desta sua postura, o que sinaliza o afastamento acadêmico com relação às questões da morte e morrer.
Para ter acesso aos resultados dessa pesquisa, fazer contato com gurgel.ufma@gmail.com

Um comentário:

Ayala Gurgel disse...

Muito bem, Mariana...
Aqui na UFMA existe um paradoxo: por um lado, verifica-se um distanciamento, mas, por outro, já há bastante avanços, como a Liga Acadêmica de Tanatologia, o Grupo de Pesquisa em Bioética e Tanatologia, entre outras ações... É muito importante divulgarmos nossas pesquisas, razão pela qual esse blog existe.