IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS


O evento acontece no Instituto de Estudos e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês e tem como tema Educar Para Paliar, cuja organização, à cargo da ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos), conta com o apoio do CFM (Conselho Federal de Medicina), AMB (Associação Médica Brasileira), MS (Ministério da Saúde), FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A médica Maria Goretti, anfitriã e mestre de cerimônia do congresso, destaca para o fato de no Brasil ainda não há a especialidade de paliativista, mas isso não impede de que os paliativistas brasileiros sejam chamados assim, pois de fato eles são palia ativistas.

Na abertura, a médica Silvia Barbosa, presidente da ANCP relembrou o mito de Quíron para mostrar como é importante lembrar da dor e do sofrimento. Ela é uma dimensão de humanidade que não pode ser esquecida, justamente para saber o que deve ser feito para cuidar daquele que se encontra em situações de dor e sofrimento. Ao encontro dessa lembrança mitológica estão os cuidados paliativos.

O cerimonial dá destaque para a vergonha que o Brasil passa por não ter estruturado como política de saúde os cuidados paliativos, como apareceu recentemente na classificação dada pela The Economist.

O médico Roberto Bettega, representante da Associação Latino-Americana de Cuidados Paliativos, compondo a mesa de abertura, destaca o crescimento que os cuidados paliativos vêm tendo no Brasil, embora ainda precise de uma organização mais estruturada no âmbito das políticas governamentais. Essa estrutura poderia dar mais visibilidade aos cuidados paliativos e aparecer como ação nos indicadores de saúde.

O médico Roberto D'Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina, quebrando o protocolo e vindo para junto do público, destaca seu entusiasmo com a causa que a ANCP tem abraçado. Ele acredita que essa ação é uma ação romântica – aquela que nela mesma traz a sua recompensa, e que não diz respeito só ao paciente que é auxiliado, mas ao próprio trabalho profissional. Ele retoma o mito de Quíron e mostra que a associação feita com Esculápio traz simbolismos que podem se afastar dos cuidados paliativos. É o caso quando Esculápio não permite mais que ninguém morra, precisando da intervenção de Hades e Zeus, culminando com a morte de Esculápio, para que as pessoas voltem a morrer. Assume que a criação da Câmara Técnica em Terminalidade dentro do CFM foi um passo importante, mas ainda há muito a fazer. E promete: «ainda esse ano sairá uma resolução criando a área de cuidados paliativos como uma especialidade médica».

O congresso foi precedido no dia 06 de outubro por quatro cursos sobre temas específicos de cuidados paliativos: Curso Casa do Cuidar (conceitos, princípios e indicações de cuidados paliativos), Curso Palliare (organização da assistência em cuidados paliativos), Curso Instituto Paliar (comunicação em cuidados paliativos) e Curso de Enfermagem (gerenciamento de Enfermagem em cuidados paliativos).

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