Pesquisa avalia cotidiano dos alunos do Curso de Enfermagem relacionados á convivência com a morte e o morrer

COTIDIANO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM AO LIDAR COM A MORTE DURANTE A PRÁTICA EM UM HOSPITAL DE SÃO LUÍS-MA GURGEL, W.B; MOCHEL, E.G; MIRANDA, M.C (INTRODUÇÃO): Apresentação das experiências cotidianas dos alunos do curso de enfermagem de uma universidade federal com relação à morte durante sua prática hospitalar. (OBJETIVOS): Analisar, à luz da fenomenologia, as situações cotidianas dos alunos de um curso de Enfermagem durante sua prática hospitalar quando esses se deparam com situações de morte e morrer. (MÉTODO): Aplicou-se a observação empírica, como técnica integrante da pesquisa-participante e da abordagem fenomenológica da realidade, descritas em diário de campo pela pesquisadora. (RESULTADOS): As anotações cobriram eventos acontecidos entre o dia 10 de novembro de 2008 a 30 de abril de 2009 e se referem à vivência dos alunos de prática das disciplinas de Clínica Médica e Clínica Cirúrgica no Hospital Universitário da UFMA, Unidade Presidente Dutra; bem como, a algumas aulas teóricas do quinto período e a prática da disciplina de ginecologia e obstetrícia no Hospital Materno Infantil. Dos acontecimentos registrados merecem destaque as seguintes falas: «Por pouco ela não morreu!»; «Realmente o coração dela não suportaria tudo aquilo»; «A morte desse paciente afetou a aluna que o acompanhava»; «Esta paciente está piorando. Acho que vai voltar para UTI. Você lembra que uma outra que foi admitida no mesmo leito que ela com o mesmo problema já morreu? A falecida até parecia com dona fulana e ambas estavam acompanhadas de seus filhos e eles também se parecem!»; «Em caso de risco de morte materna, o médico tem que salvar a mãe e não bebê»; «Esse menino deveria morrer logo»; «Estudamos para a vida, ninguém não estuda para trabalhar com a morte. Tanto que na hora de preparar um cadáver é a coisa mais rápida do mundo! E ninguém aprende isso na faculdade. E isso é pra ser aula de Fundamentos de Enfermagem. Eu não tive essa aula. Vocês tiveram?». (CONCLUSÃO): Identificou-se nessas falas a presença da «obstinação terapêutica», tanto quanto a de mentalidades mais supersticiosas, como a crença em um «leito amaldiçoado», o que se soma coerentemente com a idéia de que profissionais de saúde existem para salvar outras pessoas. Assim, em uma breve análise do cotidiano de alunos de Enfermagem pode-se identificar o despreparo para lidar com determinadas situações e como isso é passado para eles por seus próprios professores que acreditam ser desnecessário tratar sobre morte em sala e aula. Palavras chaves: Educação; Morte; Enfermagem; Cotidiano. Para mais informações sobre a pesquisa contate os autores: ayalagurgel@yahoo.com.br gurgel@ufma.br

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