Comentários sobre o Filme "Zorba: O Grego": Um Hino a Existência! (Erasmo Ruiz)


Fui provocado por um email mandado por Paulo Eliézer, estudante de medicina da UECE que tenho o prazer de ter como aluno. Comentava a respeito de dois links do youtube mostrando o imortal Anthony Quinn dançando na famosa cena de "Zorba o Grego" aos 49 anos e, depois, num show, que reproduzia a cena aos 84 anos. Imediatamente me veio a idéia de comentar a respeito do filme e do vídeo em que o velho ator voltava a dançar.

Zorba é um filme feito em 1964 que tem seu roteiro inspirado a partir do livro de mesmo nome do escritor grego Nikos Kazantzakis. Um escritor chamado Basil, de origem grega e britânica, volta a terra natal  de seu pai, a ilha de Creta, esperando com esse retorno superar uma crise de criatividade. Enquanto aguarda o embarque no navio que o levará a Creta, conhece Zorba, um grego de origem camponesa de modos simples, rústicos, uma pessoa intensa e ativa. Um de seus apelidos é "Epidemia" pois por onde chega ele espalha o caos.


Imediatamente surge uma relação de simpatia entre os dois. Zorba pede a ele para seguir junto na viagem. Assim, poderia ser interprete e cozinheiro. Basil compartilha seus planos de reativar uma antiga mina. Quando descobre que Zorba tem experiência em mineração, resolve contratá-lo imediatamente.


Com o passar do tempo, a relação de trabalho entre os dois acaba sendo suplantada pela relação de amizade. Zorba é a antítese de seu chefe. Enquanto ele é cheio de vida, Basil é recatado é tímido. Enquanto Zorba não mede esforços para buscar tudo o que a vida pode oferecer de belo e prazeroso, incluso o amor carnal, Basil acha que os prazeres da vida poderão distraí-lo de seus obejtivos.


No encontro desses dois personagens, um hino à intensidade da vida e uma crítica a mortificação da existência produzida pelos valores de base cristã vão sendo tecidos. Ao assisitir o filme não há como não deixar de questionar os rumos que estamos dando à nossa existência. No final das contas ,talvez Pablo Picasso estivesse certo quando nos alertava que o problema principal da vida não é a morte mas sim morrermos enquanto vivemos, ao postergar a existência e a intensidade da vida, dexiando-as num segundo plano frente a valores e objetivos que nos são impostos.


O filme é puro cinema como arte. Envelheceu nesses quase 50 anos de forma digma, aliás, como envelheceu Anthony Quinn que, a julgar pela sua biografia, teve muito de Zorba em sua vida. Abaixo a cena do filme e, trinta e cinco anos depois, Quinn-Zorba ainda cheio de vida nos alertando que a existência é uma dádiva e a mortificação da vida, um pecado mortal contra o existir!




O FILME






O SHOW

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