Morte: Como os pacientes, familiares e profissionais da saúde podem lidar e aceitar essa fase? (Tayrine Miranda Barbosa)

"A aceitação da dor é o primeiro passo para suportá-la, caso contrário, o pessimismo, a impaciência e a intolerância, poderão transformá-la num fardo além de suas forças."
Ivan Teorilang


Ao ver o filme, P.S Eu te Amo, deparamo-nos com uma jovem bonita, feliz e realizada chamada Holly Kennedy casada com o homem de sua vida Gerry. Porém, ele fica doente e morre, deixando Holly em estado de choque. Antes de falecer, Gerry deixa para sua amada uma série de cartas. Mensagens que surgem de forma surpreendente, sempre assinadas da mesma forma: P.S. Eu te Amo. A mãe de Holly e suas melhores amigas ficam preocupadas porque as cartas mantêm Holly presa ao passado. Mas o fato é que as cartas estão ajudando a aliviar sua dor e a guiá-la a uma nova vida.

O filme nos retrata o espelho real da sociedade ao lidar com a morte como negação e não aceitação. Holly não soube aceitar a morte de seu esposo. Os profissionais de saúde e seus familiares estão preparados para a aceitação da morte? É de suma importância um acompanhamento psicológico com os familiares em todo o percurso da doença. Isso refletirá para um melhor entendimento entre paciente, médico e familiares, proporcionando assim que sejam descarregados os problemas que poderão trazer malefícios para todos.

Posição terapêutica
Falar em tanatologia, ou seja, estudo da morte, é muitas vezes incômodo para as pessoas. Não importa a cultura ou a religião, a maioria das pessoas não se sente à vontade para falar sobre a morte.
 
Como na vida passamos por alguns estágios, como por exemplo: nascemos, crescemos e morremos, de acordo com a psiquiatra Elizabeth Kubler-Ross, uma pessoa pode passar durante o processo de terminalidade pelos seguintes estágios: negação e isolamento, ira, negociação, depressão, aceitação e esperança. Também os familiares poderão passar por esses estágios, sendo que, podem passar por todas as fases ou ficar presos em algumas delas, no entanto, a que mais prevalece é a de depressão e raiva.
A doença que poderá levar a morte de uma pessoa próxima pode influenciar na vida afetiva. Diante desse quadro de terminalidade, foram sistematizados e implantados os cuidados paliativos, na qual essa prática está voltada para o cuidador, quer seja ele um familiar ou um profissional da saúde. No entanto, os cuidados paliativos também ajudam e preparam tanto o paciente como seus familiares para a aceitação do morrer. A importância de sua aproximação e uma boa comunicação com o paciente quer seja no hospital ou em seu domicílio influenciará para uma vivência menos angustiante para o paciente. Evidentemente que, se o paciente for bem acolhido e amado por seus familiares, suas necessidades físicas, sociais, econômicas, espirituais e emocionais serão melhor atendidas.
Cabe aos profissionais da saúde procurar promover, para cada indivíduo em situação terminal, uma morte humanizada. O enfermo necessita de atenção redobrada no sentido de ganhar mais afeto, apoio, compreensão. No ambiente hospitalar dar-se a impressão de ser mais confiável devido à tecnologia até para fazer algum procedimento. No entanto, o enfermo pode preferir sentir o acolhimento de seus familiares em seu próprio lar e se sentir mais aliviado psiquicamente. Para tanto, é necessária a preparação dos profissionais para que saibam lidar com a morte, incluindo sobretudo o próprio sujeito nesse momento de sua vida.

Referências
http://www.casadocuidar.org.br/site/pt/textos-on-line/29-cuidados-paliativos-e-comportamento-perante-a-morte.html
FIGUEIREDO, Marco Tullio de Assis. A dor no doente fora dos recursos de cura e seu controle por equipe multidisciplinar (Hospice). IN: Coletânea de textos sobre Cuidados Paliativos e Tanatologia. São Paulo: 2006.
GURGEL, Wildoberto Batista. A morte como Questão Social. IN: Barbarói. Santa Cruz do Sul: n.27, jul./dez.2007.p.60-91.
Kübler-Ross E. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes, 1996. 7ed.

2 comentários:

Adylane Miranda disse...

Ótimo...
É isso mesmo não sabemos lidar com a morte, temos que aprender. E como profissionais de saúde ensinar os famílias, amigos a enfrentar esse processo, porque isso é necessário!!

Parabéns Tayrine Miranda!

Att
Adylane Miranda

Anônimo disse...

A aceitação da morte causa descoforto em todos, mas não é devido tal pesar que não se deve enfrentar um processo de acolhimento aos familiares e amigos que passam por esse acontecimento funesto.

Você está de parabéns Tayrine Miranda!

Att
Tayane Barbosa